O regresso de férias
Pois é, uns curtos dias de férias e os fans já se impacientam.
Mas não estive de férias até hoje... A verdade é que voltei na segunda feira, mas só consegui escrever hoje devido ao choque do regresso. Chamemos-lhe o choque-pós-traumático-do-regresso-de-férias. Os então chamemos-lhe outra coisa qualquer. É indiferente. Mas se lhe chamarmos outra coisa qualquer se calhar o pessoal não vai perceber o que é.
Os regressos de férias são sempre demasiado dolorosos. O estado de dormencia em que me encontrava nos primeiros dias conjugado com o stress destes últimos dias impediram-me de escrever mais cedo.
O pior de vir de férias nem é o calor insuportável que se fez sentir esta semana dentro da gravata que me esgana o pescoço, nem sequer o acordar cedo.
Uma das piores coisas de vir de férias é a primeira pergunta que invariavelmente é feita pelo parvalhão do chefe (e não me venham com a conversas de que alguns chefes até são fixes. os chefes são todos parvalhões. esta é a característica determinante quando os superchefes - também parvalhões mas um pouco mais espertos - os recrutam).
E qual é então essa pergunta mágica?
"Então essas férias?"
Em primeiro lugar devo dizer que isso nem chega bem a ser uma pergunta, logo nem merece resposta.
Mas eles também não querem ouvir resposta. Ainda assim o protocolo manda que se responda "Curtas! São sempre curtas!"
Eu gosto de variar e repondo sempre: "Não foram nada de especial, mas pelo menos foram dias em que não vim trabalhar."
Seria de esperar que isso causasse uma explosão de cólera enfurecida do chefe, mas não. Porque eles nem ouvem a resposta. Como todo o bom trabalhador regressado de férias saberá, a primeira pergunta foi só a preparação para a conversa parva que se segue:
"Baterias carregadas? Espero que tenhas descansado muito para o trabalho que se segue!!! AHAHAHA! Esperam-nos grandes desafios!".
É óbvio que no primeiro dia estamos tão cansados (ou mais) como no dia em que fomos de férias. Ou então é o estado de latência em que o nosso cérebro se encontra. O choque do regresso costuma ter esse efeito.
O protocolo manda que se responda "ahahah" (risada pouco convicta ou sorriso amarelo q.b.)
Escusado será dizer que o meu primeiro "desafio" foi ir ver ao calendário qual seria o meu próximo período de férias e começar a contar os dias até lá.
Sobre as primeiras semanas de trabalho nem vale a pena falar. A minha, para variar, foi para esquecer.
Outra coisa má no regresso de férias é a pressão social por nós exercida pelos nosso queridos colegas. Sobretudo desde que me mudei para empregos "a sério".
Quando eu era jovem (e tinha sonhos) a malta vinha de férias e o topo de gama era praí ir ao Algarve, quando muito até Espanha, mas o dinheiro não dava p'ra mais nada.
Agora, quando alguém pergunta "aonde é que estiveste nas férias?" não se pode responder nada inferior a Paris, Londres ou Brasil. O que os faz mesmo vibrar são as Maldivas ou outro qualquer destino de sonho da classe média-alta portuguesa.
Eu, como tenho vergonha de dizer que não vou a lado nenhum, respondo sempre "Foram uns belos dias passados naquela roullote do parque de campismo da Costa da Caparica". Eles riem e acham piada aquele jovem colega brincalhão com tão bom sentido de humor. Acham que é brincadeira.
E algumas vezes até é a brincar. Quando passo as férias em casa.
Mas o que eu gosto mesmo de fazer é passar as férias inteiras a praticar a minha actividade favorita: nada.
Outra razão para os regressos de férias serem situações tão horrivelmente penosas é que toda a gente odeia os seus empregos. Mas como o post já vai longo e o meu cérebro só começa a despertar hoje, com a proximidade do fim de semana, deixo essa conversa para depois. A explicação pela qual toda a gente odeia os seus empregos será dada num futuro post a que, pleno de criatividade chamarei: "A explicação pela qual toda a gente odeia os seus empregos". Ou então dou outro título qualquer que me apeteça na altura.
Um grande bem haja e bom fim de semana.
Mas não estive de férias até hoje... A verdade é que voltei na segunda feira, mas só consegui escrever hoje devido ao choque do regresso. Chamemos-lhe o choque-pós-traumático-do-regresso-de-férias. Os então chamemos-lhe outra coisa qualquer. É indiferente. Mas se lhe chamarmos outra coisa qualquer se calhar o pessoal não vai perceber o que é.
Os regressos de férias são sempre demasiado dolorosos. O estado de dormencia em que me encontrava nos primeiros dias conjugado com o stress destes últimos dias impediram-me de escrever mais cedo.
O pior de vir de férias nem é o calor insuportável que se fez sentir esta semana dentro da gravata que me esgana o pescoço, nem sequer o acordar cedo.
Uma das piores coisas de vir de férias é a primeira pergunta que invariavelmente é feita pelo parvalhão do chefe (e não me venham com a conversas de que alguns chefes até são fixes. os chefes são todos parvalhões. esta é a característica determinante quando os superchefes - também parvalhões mas um pouco mais espertos - os recrutam).
E qual é então essa pergunta mágica?
"Então essas férias?"
Em primeiro lugar devo dizer que isso nem chega bem a ser uma pergunta, logo nem merece resposta.
Mas eles também não querem ouvir resposta. Ainda assim o protocolo manda que se responda "Curtas! São sempre curtas!"
Eu gosto de variar e repondo sempre: "Não foram nada de especial, mas pelo menos foram dias em que não vim trabalhar."
Seria de esperar que isso causasse uma explosão de cólera enfurecida do chefe, mas não. Porque eles nem ouvem a resposta. Como todo o bom trabalhador regressado de férias saberá, a primeira pergunta foi só a preparação para a conversa parva que se segue:
"Baterias carregadas? Espero que tenhas descansado muito para o trabalho que se segue!!! AHAHAHA! Esperam-nos grandes desafios!".
É óbvio que no primeiro dia estamos tão cansados (ou mais) como no dia em que fomos de férias. Ou então é o estado de latência em que o nosso cérebro se encontra. O choque do regresso costuma ter esse efeito.
O protocolo manda que se responda "ahahah" (risada pouco convicta ou sorriso amarelo q.b.)
Escusado será dizer que o meu primeiro "desafio" foi ir ver ao calendário qual seria o meu próximo período de férias e começar a contar os dias até lá.
Sobre as primeiras semanas de trabalho nem vale a pena falar. A minha, para variar, foi para esquecer.
Outra coisa má no regresso de férias é a pressão social por nós exercida pelos nosso queridos colegas. Sobretudo desde que me mudei para empregos "a sério".
Quando eu era jovem (e tinha sonhos) a malta vinha de férias e o topo de gama era praí ir ao Algarve, quando muito até Espanha, mas o dinheiro não dava p'ra mais nada.
Agora, quando alguém pergunta "aonde é que estiveste nas férias?" não se pode responder nada inferior a Paris, Londres ou Brasil. O que os faz mesmo vibrar são as Maldivas ou outro qualquer destino de sonho da classe média-alta portuguesa.
Eu, como tenho vergonha de dizer que não vou a lado nenhum, respondo sempre "Foram uns belos dias passados naquela roullote do parque de campismo da Costa da Caparica". Eles riem e acham piada aquele jovem colega brincalhão com tão bom sentido de humor. Acham que é brincadeira.
E algumas vezes até é a brincar. Quando passo as férias em casa.
Mas o que eu gosto mesmo de fazer é passar as férias inteiras a praticar a minha actividade favorita: nada.
Outra razão para os regressos de férias serem situações tão horrivelmente penosas é que toda a gente odeia os seus empregos. Mas como o post já vai longo e o meu cérebro só começa a despertar hoje, com a proximidade do fim de semana, deixo essa conversa para depois. A explicação pela qual toda a gente odeia os seus empregos será dada num futuro post a que, pleno de criatividade chamarei: "A explicação pela qual toda a gente odeia os seus empregos". Ou então dou outro título qualquer que me apeteça na altura.
Um grande bem haja e bom fim de semana.
5 leitores trincaram a sandes:
Ohh, tadinho.. compreendo perfeitamente o teu estado pré-laboral, mas com o fim de semana recuperas o ânimo e voltas novamente ao ritmo.Sabe bem ir de férias, mas também sabe bem voltar.
Por Anónimo, às 26/6/05 23:00
"Sabe bem voltar"!? Isso é o tipo de pensamento doentio que me assusta... :|
Com o fim de semana não se recupera o ânimo. Ainda mais quando não se ganha o euromilhões. Com o fim de semana ainda se volta pior. I hate mondays.
Por Fixemobil, às 27/6/05 01:03
A mim sabe bem ir de férias, mas também sabe bem voltar: jantares com amigos, fim de tarde na esplanada, fins de semana em sítios onde normalmente não se vai, piscina, praia, enfim..mas concordo contigo começa a ser frustrante não ganhar tantos milhões.
Por Anónimo, às 27/6/05 13:27
oshima, oshima...
"jantares com amigos, fim de tarde na esplanada, fins de semana em sítios onde normalmente não se vai, piscina, praia"
Isso é a tua visão de vir de férias!? Deves ter um grande emprego! ;)
Quando penso em voltar de férias não bem exactamente nisso que penso :P
Isso é melhor que as minhas férias! Será a minha vida assim tão patética e vazia (a resposta é "sim", mas eu prefiro fingir que ainda não me apercebi, para tentar manter ainda alguma sanidade mental)
Por Fixemobil, às 27/6/05 14:25
Finalizo com o meu primeiro comentário ;) por mais díficil que as coisas possam parecer, o importante é manter um espírito positivo..sempre. Portanto, boa semana.
Por Anónimo, às 28/6/05 00:08
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