Indecisão

      

Há mais de um ano que vivo na minha casa de Sandes de Choco, sede da grande Ordem da Sandes de Choco em Lisboa (no exílio).

Há mais de um ano que não tenho sofá.
E logo o sofá, que é a peça mais fundamental de qualquer casa (em conjunto com a TV e a cerveja e as batatas fritas de pacote). Toda a gente sabe isso.

Então do que é que eu estarei à espera!? Será a perguiça... ou a falta de dinheiro... ou a indecisão...

Um destes ou dois destes?

Você decide! (Só falta aparecer agora aqui o António Sala)

O respeitável leitor dá a sua opinião, contamos os votos, e depois eu escolho o que bem me apetecer.

Hemorróida inteligente

Se me contassem eu não acreditava.

Vi isto no blog do Nuno Markl.

Diz o Nuno:

Possivelmente já conhecem isto, mas eu só hoje me cruzei com o maravilhoso mundo do 20Q, invenção intrigante que, em teoria, é um pequeno cérebro portátil capaz de adivinhar, em vinte perguntas (feitas pela máquina), aquilo em que estamos a pensar. É bizarro e assustador, mas bastante divertido. Não experimentei o brinquedo propriamente dito, mas pude testar a versão internet em http://www.20q.net. A parte mais engraçada e desconfortável é quando, pelas perguntas que a inteligência artificial nos vai fazendo, a gente começa a perceber que ela está a "raciocinar" no sentido certo e a andar muito perto daquilo em que estamos a pensar. É claro que vencer a máquina é fácil - basta pensarmos em coisas MUITO ao lado, e ela não chega lá. Vou agora experimentar "furúnculo".

Eu subscrevo.
E não só. É assustador! Tentei pensar numa numa coisa ainda mais estranha que furúnculo: Hemorróida. E não é que aquilo acertou!? Inacreditável!!!

Q20. I am guessing that it is a hemorrhoid?
Right, Wrong, Close
19. Does it have a hard outer shell? No.
18. Does it go in your mouth? No.
17. I guessed that it was a cavity (tooth decay)? Wrong.
16. Is it straight? No.
15. Is it annoying? Yes.
14. Do you clean it regularly? Yes.
13. Can it fit in an envelope? Yes.
12. Are there many different sorts of it? No.
11. Is it bad for your health? Yes.
10. Is it commonly used? No.
9. Is it involved in movies? No.
8. Is it round? No.
7. Does it come from the ground? No.
6. Can it change size? Yes.
5. Can you touch it? Yes.
4. Can it be easily moved? No.
3. Can you eat it? No.
2. Does it have four legs? No.
1. Is it manufactured? No.
It is classified as Unknown

Vamos a isto Carmona!

Fiquei na dúvida. Seria um cartaz do "Fight Club"? Mas o rapaz não se parecia muito com o Brad Pitt. Devia ser outra coisa.

O que é certo é que mete medo. Um outdoor gigante com um indivíduo que se prepara para nos dar uma valente sova. Não se percebe muito bem se o Carmona quer ser o ilustre alcaide desta bela localidade... ou se nos quer desancar todos à porrada.
O Santana nunca faria uma figura destas! Quando muito apareceria num cartaz a dar um pézinho de dança no saudoso Clube Tê. Mas isto nunca!

Ainda assim, entre o Carmona e o Carrilho, acho que preferia andar à porrada com o Carmona. O Carrilho tem ar de ser mais arranhadelas, dentadas e puxões de cabelos.

Ou então não. Estou enganado. O Carmona prepara-se para meter o braço nas entranhas da vaca e puxar o bezerro. Ou então vai fazer um toque rectal a alguém. Ou coisa ainda pior.
Pelo menos espero que lave bem as mãos a seguir.
Por via das dúvidas, se o vir em Lisboa a distribuir apertos de mão, atravesso a estrada para o outro lado e mudo de passeio. Nestas coisas, nunca fiando.

"Em moeda antiga"

Voltei de férias. Já vou a meio da primeira semana de trabalho mas ainda não tinha tido coragem de escrever aqui.

Voltar de férias é sempre mau. Parece que cada vez é pior. Cada regresso é mais doloroso e traumatizante.

Quando voltamos de férias o ideal é estar uns diazinhos sem fazer nada, só para descansar das férias. Preparar os próximos projectos... ler umas coisas. Enfim... estar uns dias sem fazer nada.

O problema é que este plano de pousio pós-férias se torna complicado quando vamos imediatamente para um cliente, sem passar pela casa da partida (que é como quem diz: pelo escritório). E já agora, sem receber os dois contos. Dois contos em moeda antiga, bem entendido. É que se não usarmos esta expressão fantástica: "em moeda antiga", niguém se iria lembrar o que era isso dos "contos".

E qual é o mal de ir trabalhar para a "casa" de um cliente? O mal, é que sendo nós profissionais pagos à hora (leia-se prostitutas consultoras), pode tornar-se complicado explicar ao cliente: "Olha, já estás a pagar para eu estar aqui, mas estas primeiras 32 horas vais pagar para eu descansar um bocado, OK? Obrigado! É que estava mesmo a precisar! Nos primeiros dias não vou fazer nada. Combinado."
Seria o mesmo que um respeitável cidadão recorrer aos serviços de uma profissional do sexo e ela dizer: "A hora são 10 contos - em moeda antiga. Mas esta hora é para eu descansar". O cliente não fica satisfeito.

E nós, tal como as prostitutas não temos outra opção senão fazer o "servicinho". Ainda atordoados com o choque do regresso, mas já completamente "orientados ao cliente". É que bem vistas as coisas, o trabalho de um consultor ou o trabalho de uma prostituta, é basicamente tudo a mesma coisa. Tirando um ou outro detalhe mais técnico.

A minha linha favorita

A minha linha favorita do metro é a verde.

Ainda hoje passei lá e agora têm um cartaz que diz qualquer coisa como: "Narcóticos anónimos. (...) Se não souber como sair ligue-nos. (...)"

Nesse momento entrou um grupo de jovens que ainda não deve ter ligado. E pareceu-me que eles estavam meio perdidos.

Ocorreu-me que talvez fosse mais útil um cartaz do género: "Narcóticos anónimos. Se não souber onde sair... é no Intendente."

E com este profundo post de férias encerro actividades por esta semana. Volto depois de férias, daqui a uma semana, para outras reflexões e mais algumas Sandes de Choco.

Férias em Agosto

Faltam 2 dias para as minhas férias.

Não se deve tirar férias em Agosto. É um facto. O único problema de estar em Lisboa em Agosto é o calor insuportável. O calor de Agosto é perfeitamente suportável desde que seja de calções e chinelos na praia. A trabalhar em Lisboa não!
De resto é óptimo estar em Lisboa em Agosto. Toda a gente vai embora e ficamos com tudo só pra nós: restaurantes, cinemas, estradas, estacionamentos. Não há filas para nada. É tudo nosso!

A vantagem de não ir de férias em Agosto é que não se faz nada no emprego. Toda a gente sabe. E eu sei isso melhor do que qualquer pessoa porque sou o empregado menos produtivo do mundo. Ou o chefe está de férias, ou cliente está de férias, ou aquele colega, "que só ele é que nos podia explicar aquilo" está de férias.
O ideal é ficar na ronha Agosto inteiro, e quando o pessoal voltar todo em Setembro, vamos nós de férias, para o descanso merecido. Aliás, para mais descanso merecido. Mas eu mereço muito descanso.

Ainda assim toda a gente vai de férias em Agosto. Até o restaurante onde costumo ir está fechado. E a tabacaria onde vou "meter" o Euromilhões. Fechados até Setembro.

Mesmo quem queira ver alguma coisa feita em Agosto, rapidamente percebe que é humanamente impossível. Basta tentar ir ou ligar para qualquer loja, serviço ou repartição. Ou a pessoa "que sabe isso" está de férias, ou o "chefe que pode aprovar" isso está de férias, ou "o colega que trata disso" está de férias. O país pára. Fecha para balanço. Não há como negar. Reabre em Setembro (se tudo correr bem).

E ainda assim eu vou de férias em Agosto. Porquê?
Porque não aguento mais!
Tentei comprar uma uzi numa loja de chineses mas parece que não tinham. De resto era a única coisa que não tinham.
Assim é complicado tentar chacinar chefes, clientes e colegas. Mas aproveitei e trouxe um alicate, três pares de meias, uma máquina de lavar roupa, pionéses (como é que se escreve esta palavra!? punaises!?) e molas da roupa.
Amanhã vou tentar comprar fisgas e balões de água no Lidl. A chacina não é tão sangrenta mas a coisa vai ficar feia!
Acho que uzis não têm la no Lidl. Tinham, mas era a promoção da semana passada. A fila de consultores informáticos dava a volta à esquina da rua. Esgotou em 5 minutos.

3 dias

Faltam 3 dias para as minhas férias.

A festa do meu aniversário

Já faz mais de um mês que fiz 29 anos. Estou a ficar velho. 29 já é mais 30 que 20. Já é uma boa idade para ter juízo. E no entando...

Faço anos dia 4 de Julho. Isso dá-me o previlégio de ouvir todos os anos "Olha! Nascido a 4 de Julho!!! Já não me esqueço mais dos teus anos!" (comentário bem original, heim? normalmente esquecem-se na mesma.) ou "Se vivesses na América tinhas uma grande festa no dia dos teus anos! Com fogo de artífico e tudo!"

O que as pessoas não sabem é que a festa do 4 Julho nos Estados Unidos é mesmo para comemorar o meu aniversário. Eles gostam tanto de Sandes de Choco (e do meu blog) que resolveram comemorar esse dia. Aliás gostam tanto, tanto, que começaram a comemorar o dia, mesmo antes de eu decidir começar a escrever o blog. Aquela coisa do dia da independência e não sei quê é uma invenção dos media só para enganar o povo. Aliás o filme O dia da independência (e que grande filme!) também é sobre mim. Talvez não se lembrem, mas eles matam os ETs com uma Sandes de Choco fora do prazo.

Este ano a festa foi tão grande que os americanos resolveram fazer uma festa especial e atiraram um míssil a um cometa. Parece-me uma coisa útil. E é fogo de artíficio de qualidade.

Essa é a única explicação que encontro.
Ou então tinham lá uns misseis que sobraram do Iraque a passar o prazo de validade e os generais lá pensaram "Ou atacamos um país amigo dos terroristas do médio oriente ou arrabentamos com um cometa. O que é que vai ser?". Parece que foi o cometa. "Sempre se pratica o tiro ao alvo e a explosão dá um fogo de artifício engraçado. E anima muito a festa de aniversário do Fixemobil, que bem merece. Com aquele blog tão fixe."

É que o cometa nem sequer vinha contra a Terra, nem sequer representava qualquer ameaça para nós. Mas e se... e se o cometa mudasse de ideias e viesse contra nós? Nunca se sabe! O melhor, por via das dúvidas, era mesmo rebentar com aquilo, não fosse o diabo tecê-las. É a tese da guerra preventiva.

É feio

É feio gozar com os mais desfavorecidos.
Já uma vez aqui fiz comentários irónicos acerca de mendigos do metro e seria errado voltar a fazê-lo.

Mas porquê falar (em tom jocoso) de políticos e treinadores de futebol, e deixar de fora os mendigos? Não será isso uma vergonhosa forma de discriminação? Claro que sim!
Então aqui vai!

Hoje o metro estava cheio de mendigos novos. Se calhar os habitués foram gozar a primeira quinzena de Agosto de férias no Algarve e voltaram os que estiveram de férias em Julho. Bem me pareceu que eles tinham uma côrzinha. Ou era isso ou era sujidade.

Havia uma senhora no metro que andava com uma receita (???) da Caixa ou do Serviço Nacional de Saúde ou lá o que é isso... daquelas com os bonecos verde e vermelho.
Ia andando com a receita á frente a mostrar às pessoas e ia dizendo:

"Tenho fome! Tenho uma doença incurável! Não posso trabalhar!"

Confesso que fiquei constrangido. Mas depois pensei na minha própria situação. Também eu tenho uma doença incurável que me impede de trabalhar. É a preguiça crónica. Só ainda não consegui que nenhum médico me passasse a tal receita com os bonecos. Ainda pensei roubar a receita à senhora e fugir, mas achei melhor não.

Acho que a Maria Elisa também tinha essa doença. Mas ela conseguiu uma receita melhor. Parece que foi para Londres curar-se.
Não tenho tido notícias dela. Será que foi pedir esmola para o metro de lá?