Sandes de Choco
Um espaço dedicado ao choco em geral e à sandes de choco frito em particular. E aos seus derivados e sucedâneos. E à mini. E não só.

terça-feira, setembro 27, 2005

Ele está aqui... está ali!


Ele está ali.

E nós estamos aqui. Até aqui nada de novo.

Agora o BCP diz que se perdirmos o empréstimo para a casa somos presenteados com aquilo. Não me admira. Os bancos são maus. São ruins. São capazes de cada coisa que nem imaginamos.

"O Millennium bcp garante a máxima rapidez e simplicidade na atribuição do seu empréstimo. Faça já uma Simulação. Se é Cliente do Millennium bcp efectue, de seguida, o pedido de aprovação on-line e ganhe* a nova música de Pedro Abrunhosa."


Para além de lhes ficarmos a dever uma pipa de massa para o resto da vida, para além de todas as taxas, todos os impostos, todos os selos, todas as burocracias, todos os cheques que passamos aos senhores das conservatórias, às finanças, e a pessoas que nem sabemos já bem quem são, nem nos interessa, só queremos é comprar a casa de uma vez e que nos deixem em paz... Para além de tudo isso ainda temos que levar com o Pedro Abrunhosa.

Não me admira portanto que um banco faça mais uma maldade dessas. O que me admira é que o BCP anuncie isto na televisão. Sempre pensei que isto fosse o tipo de coisa que eles escrevessem nas letras pequeninas do contrato.

sexta-feira, setembro 23, 2005

O pior do mundo são os colegas

Tal como eu dizia no meu post anterior:
Há a tendência para pensarmos que as piores pessoas no trabalho são os chefes. Nada de mais errado. O pior do trabalho (e do mundo) são mesmo os colegas.


Já analisámos os chefes, falemos então dos colegas.

Dada argumentação anterior, compreendemos como é fácil enganar um chefe ou um cliente. Não há dúvida de que eles não distinguem as tarefas necessárias à execução de um projecto, dum caroço de azeitona.
Tudo o que lhes dissermos, desde que seja com cara séria, eles engolem.

Mas o problema é que os colegas sabem o que nós fazemos. Como enganá-los? Não dá!
É um perigo tentar intrujar o chefe à frente dum colega. Ele pode facilmente desmascarar-nos.

Ou os colegas alinham no jogo (só resulta com os colegas igualmente indolentes), ou somos mesmo obrigados a fazer amizade com o chefe, para rapidamente cair nas boas graças do mesmo, ao mesmo tempo que envenenamos e descredibilizamos os colegas eficientes. Não é assim tão complicado, acreditem.
Até porque o colega competente é um empecilho. Sempre a complicar com ideias perigosas como "fazer rápido", "fazer bem" e "explicar bem as coisas ao cliente". O que nós queremos é "fazer de qualquer maneira" e "fazer a tempo". Normalmente o chefe concorda connosco.

Outra forma de neutralizar os colegas mais perigosos é a táctica de "larga a bomba e foge". É muito simples: em conversas de café puxamos temas controversos em que dizemos mal de tudo e vamos envenenando tudo e todos. Ou então, na presença do chefe, começamos discussões polémicas e depois retiramo-nos discretamente da conversa. O colega rebela-se e afronta o chefe. Há sangue. Mas não é o nosso.

Existem vários tipos de colegas, quase todos maus.
Os piores são os mesmo muito competentes. Esses trabalham muito e trabalham bem. E invariavelmente fazem os outros colegas parecer mal. Mesmo os razoáveis, já não falo dos parasitas como eu. Arruinam completamente a nossa vida. E não dá para os descredibilizar. São demasiado bons e demasiado úteis. Não gosto deles.

Os colegas menos maus são os preguiçosos como eu. Mas mesmo com esses, todo o cuidado é pouco. Partilham os nossos segredos de ronha. E um dia mais tarde podem-se voltar contra nós.

Um problema sério seria se um colega competente ascendesse um dia a chefe. Aí ia ser a nossa desgraça. Felizmente os trabalhores competentes nunca chegam a chefes. São demasiado úteis a trabalhar. É preferível contratar inúteis engravatados para ocupar posições de chefia. Ou promover os trabalhadores mais inúteis. Assim não há quebra de produtividade.

Seguindo esta lógica, qualquer dia ainda vou ser chefe. Acho que estou a trabalhar bem nesse sentido. Não acham?

Chefes maquiavélicos

Há a tendência para pensarmos que as piores pessoas no trabalho são os chefes. Nada de mais errado. O pior do trabalho (e do mundo em geral) são mesmo os colegas. Mas disso falarei no próximo post. Isto agora já é com as novelas: continua no próximo capítulo.

Os chefes, dada a sua fraquíssima percepção do que fazemos, são facilmente enganáveis. Basta fazer uma cara séria e aguentar um pouco sem rir enquanto dizemos com ar grave "Isto é uma coisa complicada. Vai demorar uma semana a fazer".

Existe a ideia generalizada de que os chefes são criaturas vis, pérfidas e intrinsecamente malignas. Eu acho que não. Acho que se aplica a lei designada por "Hanlon's Razor".

Eu não conhecia esta lei. É uma variação da famosa "Occam's Razor", que na realidade não é assim tão famosa. Só ouvi falar dela no filme "Contacto". Mas eu não sou lá muito culto. Toda a minha cultura provém de filmes, desenhos animados e sandes de choco frito. E de minis.

A lei foi-me indicava por um colega benevolente enquanto eu dizia cobras e lagartos do chefe.
Diz o seguinte:
"Never attribute to malice that which can be adequately explained by stupidity."

Acho que dispensa a tradução.

A lei foi tirada dum site geek, eu sei, mas há que reconhecer: A regra aplica-se perfeitamente. Serve como uma luva. A maioria das vezes é mesmo verdade. Embora não abone muito em favor dos chefes.

Não sei se prefiro um chefe capaz, mas mau e traiçoeiro, ou um chefe bonzinho, mas completamente inútil e incompetente. Acho que a maioria da vezes têm-me calhado uma agradável mistura dos dois.

Reunião de Bloggers

Bloggers reúnem-se na Covilhã
22.09.2005 - 10h15 PÚBLICO

Ricardo Araújo Pereira, escritor e intérprete da série televisiva Gato Fedorento, vai ser o convidado da sessão de abertura do II Encontro de Weblogs da Universidade da Beira Interior, anunciou hoje a organização.

Igualmente confirmada está a presença daquele que, segundo a organização, "é um dos maiores especialistas mundiais em weblogs", José Luís Orihuela.

(...)

E não me convidaram!? A mim, que sou praticamente uma estrela da blogoesfera!? Autor de um dos blogs de maior sucesso de todó mundo?
Bem, pelo menos do mundo do choco!

Até arrisco mais: de todos os blogs do mundo, dedicados à instituição da Sandes de Choco, o meu é de longe o mais interessante. E o mais divertido. E o mais inútil. E tudo o que eu quiser, porque é o único.

Mas estou certo que quando o Instituto Politécnico de Setúbal organizar um evento destes, quem sabe o III Encontro de Weblogs, desta feita dedicado a blogs que falem da Sardinha, do Carapau e do Choco, eu estarei lá. E farei parte "da mesa". Sempre quis fazer parte de uma mesa. Não sei se a fazer de pé, tampo, toalha, guardanapo ou talher. Não me interessa. Eu quero é fazer parte da mesa!

quinta-feira, setembro 22, 2005

Eleições Bizarras II ( ou Um Monopólio Mais Real)

Como é que o Carlos Cruz não se lembrou disto? Ou o Vale e Azevedo? Os os irmãos Dalton? Em vez de dinamitarem as barras da janela da cadeia, candidatavam-se à câmara municipal lá da terra.

Isto tudo fez-me pensar que uma boa ideia era inventar uma nova carta para o jogo do Monopólio. Só para tornar a coisa mais realista. Diria o seguinte:

"Vai candidatar-se à Câmara Municipal da sua cidade. Está livre da prisão. Não se esqueça de passar pela casa da partida e receber os 2 contos(*). Pode avançar 3 casas e começar a campanha eleitoral".





(*)Será que as novas versões do Monopólio já são em Euros? Devo mesmo estar a ficar velho. É por causa de confusões destas que só jogo Pictionary e Scrabble

Eleições bizarras I

Eu gosto do Isaltino. Gosto que ele se recandidate. E gosto sobretudo porque não moro em Oeiras.

O Isaltino tinha cartazes giros que diziam coisas como "Vamos Isaltinar". E as coberturas das paragens de autocarro de Oeiras dizem "O concelho de Oeiras abriga-o". E eu acho isso giro.

Hoje ouvi na TSF pessoas de Oeiras a falar no SATU e vim à internet ver o que era.
Encontrei o site oficial da campanha do Isaltino, com a fantástica música, ao jeito de RAP "Oeiras mais à frente". E o que eu gosto de sites com música de fundo. É bem agradável.

O mais giro é que o Isaltino tem um blog. É sempre estimulante ler os blogs dos candidatos em época de eleições. Mas acho que depois do site da campanha com música de fundo, já não aguentava tanta animação e galhofa no mesmo dia e achei melhor não ler.

Mas voltando à TSF e ao SATU.
O SATU é o "Sistema Automático de Transporte Urbano". E também é uma Coisa Que Ninguém Usa (podia ser designado por CQNU, aliás era essa a ideia para a designação inicial, mas era muito difícil de pronunciar).

Neste momento parece que só tem 3 estações, e só serve para a malta ir de Paço de Arcos ao Oeiras Park. Mas depois vai continuar até ao Tagus e Lagoas Park e aí toda a gente vai usar.

Achei giro ouvir na TSF comentários como: "Eu não uso o SATU porque tenho carro" ou "Eu não uso o SATU porque é mais caro que os transportes públicos".

Está giro. Eu quando trabalhava na Quinta da Fonte ia almoçar montes de vezes ao Oeiras Parque e também nunca andei no SATU. Mas se calhar era porque eu tinha carro.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Manifestação

Na sequência de acontecimentos recentes, vem informar a Associação de Vendedores de Sandes de Choco Frito da região de Setúbal, Mitrena, Alto da Guerra, Manteigadas, Praias do Sado e Faralhão (e Ilhas do Sado e outras línguas de areia que aparecem com a maré baixa) deliberou alterar a convocatória para a manifestação marcada para esta semana.

Assim, devem comparecer à manifestação, em frente às instalações do governo civil do Bairro Troino, não os Vendedores de Sandes de Choco, mas sim as cunhadas dos tios dos primos em segundo grau dos carteiros dos mesmos.

Obrigado.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Trabalho é trabalho

"Trabalho é trabalho". "Não é para gostar. É para fazer".
Estas são algumas das frases que demonstram a opinão da maioria das pessoas em relação a esse autêntico cancro social que é o trabalho.
Há outras frases de que gosto mais, mas são mais do género "Não é preciso fazer o trabalho com pressa. Ele não vai embora." ou ainda "Pressa no trabalho para quê? O trabalho não azeda. Sopa é que azeda."

O pior do trabalho, é que é uma coisa que me cansa muito.
No dia em que eu disser que gosto do meu trabalho, autorizo o respeitável leitor a vir aqui pessoalmente e abater-me a tiro, como um cavalo moribundo que já não tem salvação possível.
Se calhar devia ter uma cápsula de cianeto no anel, para uma emergência dessas. Infelizmente temo não estar dotado de todas as minhas (já escassas) faculdades mentais e não ter a clarividência suficiente para tomar a decisão de usar a cápsula. E também não uso aneis. Isso pode ser uma espécie de problema.

Há um portão famoso em Auschwitz que diz: "Arbeit Macht Frei."
Isto quer dizer qualquer coisa como: "O trabalho liberta". Mas não liberta. Nunca libertou ninguém. O trabalho só atrai mais trabalho. Era mentira. E foi por isso que aquela malta foi toda presa e/ou executada. É porque mentir é muito feio. Ainda mais sobre um tópico tão sensível.

Quem disser que gosta do seu trabalho não deve ser levado a sério. Eu sei que há malta que diz isso. Mas é a brincar. Não pode ser verdade. Não pode.
Mas se fosse mesmo verdade, o melhor seria interná-los. Ou abatê-los. Ou qualquer coisa assim.
Um amigo meu tem uma teoria. Se eles dizem isso, se gostam tanto de trabalhar, e se fazem isso tão bem, então esses que trabalhem por nós. Certamente farão o serviço melhor que nós, o resto da população indolente que prefere não fazer nada. O nosso trabalho, feito a contra-gosto, nunca sairá tão bem como o dos trabalhores felizes, úteis e dedicados. Assim nós, os inúteis, afastamo-nos desse processo produtivo, só para garantir que não perturbamos ninguém.
Assim ficamos todos satisfeitos e a sociedade será muito melhor.

Mas não é verdade. Ninguém gosta do seu trabalho. Esta é a verdade.
Há a tendência para, erradamente, pensarmos que o trabalho do outro é melhor que o nosso. Isso é completamente errado. Todo o trabalho é igualmente mau, sobretudo a partir do momento em que passa a ser o nosso trabalho.

Ocorreu-me no outro dia. Estava a navegar na internet à procura de coisas completamente inúteis, em vez de trabalhar. Acho que eram coisas sobre a segunda guerra mundial. Pensei: "Eu gostava mesmo era de ser historiador. Era muito mais interessante do que este trabalho chato que faço!"
Mas rapidamente me apercebi que não. O trabalho será sempre chato. A magia desaparece a partir do momento em que a coisa se torna trabalho.

Não há empregos de sonho. Estou plenamente convicto de que o Figo foge dos treinos para programar Java às escondidas. E que os gajos do Gato Fedorento fazem folhas Excel com cálculos de contabilidade enquanto fingem estar a escrever sketches humorísticos. E que o Tiago Monteiro se fecha na casa de banho a escrever tratados de filosofia antes dos grandes prémios de Fórmula 1. E que o Eng. Sócatres sonha com um emprego na distribuição da revista "A Dica da Semana" enquanto implode torres em Tróia (mesmo que seja uma implosão em playback).

Os cocós dos pombos

Os pombos são animais giros. O que seria de nós sem eles? Até há malta que cria pombos, e há os pombos correio e isso.
E até há aquele filme do Vailant, que é com pombos e eu nunca vi, mas imagino que deve ser tipo "A fuga das galinhas", mas com pombos. O que é muito mais fixe. E tem as vozes do Ewan McGregor e do Ricky Gervais (o chefe David Brent do The Office) e do John Cleese.

Mas os pombos que eu conheço no mundo real não são assim. Não têm a voz do David Brent e só sabem fazer cocó.

Em Setúbal a coisa era mais ou menos pacífica. Tirando a Praça do Bocage, onde cheguei a ser atingido uma ou duas vezes por fezes pombalinas (ou será columbinas?) não há muitos pombos. O maior perigo voador em Setúbal são mesmo as gaivotas. Isso sim, produz um cocó corrosivo e potente. Deve ser do bom peixe fresco que apanham no rio.

Mas agora moro em Telheiras. Aqui o pombo é rei. A especialidade do pombo Telheirense é fazer o cocó nos parapeitos das minhas janelas. Mas também fazem um cocó de qualidade bastante razoável em cima do meu carro.

E o inevitável aconteceu mesmo. Foi esta semana. Armei-me em dono de casa e lá fui pôr a roupita lavada a estender na corda. É uma das coisas que mais aprecio nesta minha faceta de dono de casa.
Na realidade eu não sou propriamente "dono" da minha casa. Digamos que a tenho em sociedade com o meu banco. Mais ou menos na proporção de 1 para 29 (os 29 são do banco).

Claro que os amigos pombos tinham que fazer o ser belo cocó verde e branco em cima da roupa que estava a secar. Nem por acaso, nesse dia deixei o carro debaixo de uma árvore. Nunca deixar o carro debaixo de árvores ou postes de iluminação. Parece que são os sítio preferidos dos pombos para fazer os seus cocós.

Eu só me pergunto é como é que os meus vizinhos conseguem ter a feliz ideia de alimentar os pombos. Qual a razão demente que os faz alimentar aquelas criaturas do demo! Eu ainda pensei que fosse veneno. Mas não. É mesmo comida.

Mas será que os pombos não fazem o cocó em cima desses vizinhos?
Imagino que seja uma espécie de máfia. Protecção de bairro.
Chega um capanga pombo e ameaça "Se quiser protecção tem que pagar". "Protecção? Eu não preciso de protecção. Mas protecção para quê?" replica o vizinho inocentemente. "Sabe, é que acidentes acontecem". E nisto um pombo cumplice desata a fazer cocó em cima da roupa a estender perante o olhar aterrado do vizinho.
E o pobre vizinho não tem outra hipótese que não alimentar os malvados pombos mafiosos. Só pode ser isso.

Eu vi isto acontecer no MacGyver e noutras séries na TV. Não era com pombos, mas era com mafias chinesas e coisas assim do género. Mas é muito mais provável que isto aconteça com pombos do que com chineses. É que o cocó do pombo é muito mais potente que o cocó de um chinês.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Despertador no fim de semana

Apercebi-me agora de que talvez esteja a chegar ao emprego um bocadinho mais tarde do que devia, todas as manhãs.

Para fazer o que quer que seja ao fim de semana tenho que me levantar mais cedo do que a hora a que normalmente me levanto, para ir trabalhar.

E agora que penso nisto, nas férias também tenho sempre que acordar muito mais cedo do o normal, para ir passear em excursões. Ou para chegar a tempo de me servirem o pequeno-almoço do hotel.

Poderosos mas tardios



Avisou-me um amigo hoje.
A RTP2 (Ou a "Dois" ou a "2:" ou lá como é que aquilo se chama agora... Parece que cada vez que entra um ministro lá se muda o nome do canal) está a repôr a série mais tresloucada de sempre da britcom.

Dá todos os dias esta semana (só esta semana?) à uma da manhã.
A RTP consegue essa proeza: empurrar quase todas as boas séries para a obscuridade. Mesmo as melhores. Sobretudo as melhores.
Ou lhes muda o horário todos os dias, ou as transmite a horas completamente indecentes. Ou as duas coisas.

Não sei como é que isto me pôde passar despercebido. É certo que estou sem TV em casa há mais de um mês. Está a arranjar e só ontem voltou. Mas esse acidente de percurso é largamente compensado pelas quantidades massivas de TV que consumo ao fim de semana quando vou a casa dos meus pais.

Agora já não vou conseguir apanhar os episódios todos. Valham-nos as séries em DVD. Eu prefiro ver as coisas em TV mas às vezes tem mesmo que ser.



Outro caso de uma boa série que ninguém vê é a Little Britain.
Dá agora na britcom. E se o sábado à noite já era um horário mau para passar boas séries de comédia (a essa hora a malta jovem quer é copos!), o domingo às 21h é mesmo uma hora completamente morta. Desde que a britcom passou para o domingo, nunca mais vi um único episódio daquilo. Só conseguia ver a britcom ao sábado à noite graças à minha patética e quase inexistente vida social, ridiculamente pouco preenchida.
Aliás, muita gente com quem eu falo pensa que a britcom simplesmente desapareceu da TV portuguesa e se desvaneceu na noite escura do esquecimento televisivo.
Pelo menos ainda temos os concursos com o Malato e a nova "Escrava Isaura" para nos entreter.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Está a chegar...

quarta-feira, setembro 07, 2005

The Galarzas: Iog hurts

Eu não tenho nada contra o ioga. Muito antes pelo contrário. Mas é impossível discordar disto.
Está giro:

The Galarzas: Iog hurts:

"Iog hurts

No pleno gozo das minhas debilidades mentais, participei hoje numa sessão de ioga.
E não estou arrependido, pois há muito não degustava um tão suculento enchido de singularidades neuronais.
Fiquei a saber que:

1. Os candeeiros cor-de-laranja purificam o ar. Será que se respira melhor nas terras com gestão PSD?

2. A respiração de fole é excelente para desintoxicar o organismo. Refira-se que a dita operação consiste em respirar freneticamente (vulgo hiperventilar) até acreditar que os candidatos à presidência da república são o melhor que se pode arranjar.

3. Levar o corpo a posições impossíveis é não apenas desejável mas um objectivo supremo. Os ortopedistas agradecem.

4. Dizer Pranayanda e Gungunhana e Mangalaranja é sinal de grande iluminação. Ou de boa dicção.

Posto isto, convém esclarecer que nada tenho contra a dita disciplina. Pelo contrário. Mas há experiências más.."

Lost em DVD



Eu tenho que ter isto! TENHO QUE TER ISTO!!!

Vi no imdb:
"Lost" on DVD: The first, smash-hit season of "Lost" is out today on DVD. Nominated for 12 Emmys, including Best Drama Series "Lost" was a critical darling and a ratings juggernaut. When an Oceanic Airlines plane, en route from Australia to Los Angeles, crash-lands the survivors of the disaster find themselves castaways on a mysterious island. They quickly discover they're not alone; something or someone is out there in the thick canopy of the trees. The seven-disc DVD set includes all 24 episodes from the first year, several lost flashbacks, 13 deleted scenes, select episodic commentary by the show's creators including J. J. Abrams, a bloopers reel, several featurettes including "Before They Were 'Lost'" (personal stories and audition tapes), "Welcome to Oahu: The Making of the Pilot" and much, much, more.. [Buy the first season of "Lost" on DVD today.]


Eu gostei desta série. Foi das séries que eu mais gostei de ver nos últimos tempos. Mesmo quando percebi, por volta do 3º episódio, que aquilo ia ser tipo novela e não ia a lado nenhum.
Mesmo quando a RTP conseguia cortar vários minutos da introdução de todos os episódios (parece que é um hábito nas séries das tardes de fim de semana da RTP - fazia o mesmo com o "The O.C.").
Mesmo quando a RTP insistia em mudar o horário de exibição da série, e transmitir um ou dois episódios ao sábado e/ou ao domingo e/ou em feriados durante a semana. Excepto se desse desporto à tarde, tipo Fórmula 1 ou futebol.

Tentar acompanhar a série era, por si só, já uma aventura. Aumentava o clima de suspense da coisa. Aliás, se a RTP fizesse uma série sobre as pessoas que tentavam ver o "Lost" era capaz de ter bastante sucesso. Ia ser plena de emoção e suspense.

A segunda série já está aí a sair. A data mágica é 21 de Setembro... na abc. Agora vamos lá ver se a "Season 2" do Lost dá na RTP ou não...

Eu gosto de ver as séries na televisão. Tal como gosto de ver os filmes no cinema. Cada coisa no seu lugar.
Se eu tiver qualquer coisa em DVD ou DivX, a tendência é para deixar aquilo na gaveta. O melhor mesmo é ver a coisa quando está "a dar" na TV ou quando está "a dar" no cinema. Temos que ver logo porque "está a dar agora" e se não virmos agora já não vamos ver mais. Se estiver na gaveta, lá há de ficar esquecida e abandonada. É outro espírito.

Provavelmente a caixa de DVDs do Lost irá irremediavelmente para a gaveta mas mesmo assim eu quero-a!

Amordaçado

Amordaçado, amarrado, acorrentado, agrilhoado.
É como me sinto.

Agora estou a passar uma temporada nos escritórios da minha mui nobre (e sempre leal) empresa. Estou a preparar-me para um novo e aliciante projecto. E não consigo postar nada. Dá erro na proxy.

E para além de não conseguir postar no meu blog, também não consigo comentar os blogs alheios.
Isto é mais ou menos o mesmo que eu sentia quando trabalhava numa empresa onde não tinhamos internet nos postos de trabalho (sim, lugares hediondos como esses existem mesmo! não é só nos filmes de terror e nas histórias para obrigar as criancinhas a comer a sopa!).

Bem, pelo menos consigo LER blogs. Só não consigo escrever.
Ler blogs é a única coisa que diferencia a minha experiência aqui nestes dias duma estadia numa prisão turca.

E o que é que eu posso fazer nestas condições? Trabalhar!? É que quase que dá mesmo vontade de trabalhar. Mas não.
Não vou ceder. Não vou sucumbir. Eu sou forte. Vou resistir. Eu sairei vencedor desta dura batalha. Vitorioso e de cabeça erguida. Sem trabalhar.

Puseram-me a ler umas coisas sobre uma nova tecnologia que irei utilizar em próximos projectos. Uma coisa que eu até achava que ia gostar de aprender. O problema é que, a partir do momento em que me mandaram aprender a tal coisa, isso passou a ser trabalho. E ninguém gosta de trabalho. Tudo mesmo isso. Aquilo que parecia ser um lindo sonho dourado tornou-se num pesadelo. Tornou-se em trabalho.
Tudo o que se aproxima do trabalho sofre uma transformação e, até mesmo coisas que pareciam desejáveis e aliciantes, tornam-se repugnantes, asquerosas, repelentes e imundas (sim, são tudo sinónimos de hediondo. vi no dicionário).
É assim como que o Toque de Midas, mas ao contrário.

Mas sobre esse fenómeno fascinante que é o trabalho falaremos noutra ocasião.

Acto falhado

Estou no pousio. "Entre projectos". Que é como quem diz: não estou a fazer nada.

Nestes dias no escritório temos o problema de não termos lugares suficientes para todos os consultores no pousio. Durante o estio do verão são muitos. Voltam ao escritório com o calor de agosto, como aves migratórias fugindo do frio dos clientes em busca do tempo quente.

E foi nesse contexto que cometi um pequeno acto falhado. Freud explicaria melhor que ninguém.

Como sou o último a chegar todas as manhãs nunca tenho lugar para mim. Todos os (poucos) lugares livres são ocupados pelos meus colegas consultores migratórios, mais madrugadores do que eu.

Não tendo lugar para me sentar, tomei a atitude corajosa de ocupar a secretária do Director, que está de férias.
Digo eu em tom galhofeiro "Vou para o lugar do chefe. Sempre quis ser o chefe".
Responde-me um chefe de projecto no seu já habitual tom jocoso, mas fazendo a sua também habitual e séria cara de mau: "E achas que tens capacidades para sê-lo?"
Resposta pronta, sem pensar: "Mais vale sê-lo que parecê-lo".
O chefe manteve a sua cara séria e não respondeu.

Foi só depois de ver o júbilo trocista de uma chefe de projecto rival que percebi que talvez tivesse dito algo que não devia. O meu comentário poderia ter sido mal interpretado!

Mas nunca seria minha intenção criticar as qualidades de chefe do meu chefe. Como poderia ser? Um trabalho de meses e meses de graxa assim deitados à rua num segundo, sacrificados por uma tirada caústica (ainda que plena de espirituosidade e bom humor).
E ainda para mais, todos os chefes gostam de mim. Há uma qualquer característica adorável em mim à qual nenhum chefe resiste. Talvez seja por pena. Talvez seja graças a um trabalho de graxa, profissional e bem conseguido, que tenho vindo a desenvolver e aperfeiçoar nos últimos anos. Tem que ser. De alguma forma tenho que compensar a minha falta de qualidade técnica.

Foi apenas um inocente provérbio que me saiu sem pensar, tão inocente como espontâneo.
Felizmente acho que o chefe não percebeu. Valha-nos isso.
Os chefes raramente percebem o que queremos dizer. Aliás, para ser rigoroso, os chefes raramente percebem o que quer que seja.

É por isso que são os chefes.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Mendigos (part III)

Já é a terceira vez que faço referência a mendigos nesta publicação (as outras duas foram aqui e aqui).

Gosto deles. O que é que se há de fazer.
Têm sempre novas formas de animar o nosso dia e entreter as nossas viagens no metro.
Não gosto daqueles que não fazem nada. Vêm pedir o nosso dinheiro sem dar nada em troca. Isso não!

Mas depis há aqueles que nos oferecem verdadeiro entretenimento de qualidade.
Uma referência é aquele rapazinho que anda com um cãozinho minúsculo ao ombro. O cão segura, com cara de grande sofrimento (todos os mendigos são exímios em fazer caras de grande sofrimento. até os cães), um copo de plástico entre os dentes. Enquanto o cão nos olha com olhos tristonhos e dentes arreganhados (por estar a segurar o dito copo), o rapazito presenteia-nos com êxitos musicais que fluem do seu acordeão.
Eu pessoalmente acho aquilo uma grande exploração. O pobre cãozito a sofrer e a estragar os dentes, explorado pelo infâme acordeonista junior. Ou será o pobre rapazito que é explorado pelo infâme cão?
De qualquer das formas é uma exploração infâme. Quanto a isso não há dúvidas.

Ontem deparei-me com outra pérola de criatividade mendiga:
Carruagem na linha amarela, sentido campo grande - rato. Oiço uma ladaínha ao longe em tom de lamento. Ouvindo com mais atenção era o habitual "Sinhôr e sinhôra... disculpa incumudar... blabla... não tenho casa não tenho dinhêro". O resto das palavras eram variações simples, sobre o mesmo tema. Imperceptíveis como de costume. Tudo com uma cadência assim como de quem reza o terço.

Até aqui nada de novo. A novidade era que a jovem pedinte se anunciava antes de entrar em cada carruagem, parando e repetindo a sua lenga-lenga.
Mas só quando ela chegou à minha carruagem é que eu me apercebi da grande habilidade. A ladaínha era declamada em coro, em uníssono perfeito (estavam bem ensaiadas) com uma criaturinha minúscula, uma autêntica versão "mini-me" da primeira.

Eu confesso que um cânone a duas vozes seria mais do meu agrado do que um simples coro gregoriano. Mas ainda assim louvo a proeza e a originalidade.
Mendigos originais e empreendedores é o que país precisa!

A tendinite ou salvação?

Desde que cheguei de férias, tenho sido assolado por uma dor (é assim mais como que uma dormência) no braço esquerdo.

Sendo eu uma "puta consultora informática", pensei logo como isto é frequente em pessoas que, tal como eu, passam o dia com os braços tortos e os dedos encarquilhados a teclar furiosamente em portáteis.

Uma tendinite. Era só o que me faltava.

Mas não poderá tudo isto jogar a meu favor? Pensado bem, não será a doença profissional a última tábua de salvação do consultor? Um sonho tornado realidade?

Até já me estou a ver no jornal da TVI ou no "Às duas por três" a lamentar-me: "Ahhh... sabe lá!!! Veja lá o que me fizeram!!! Já não tenho forcinha nenhuma neste bracinho! Já nem consigo fritar um ovinho, nem coser uma peúguita, nem pregar um botão numa camisa, nem pendurar uma cuequita na corda" (está cientificamente provado que o uso de "inhos" é muitíssimo eficaz a comover audiências).

Meto baixa, processo a empresa, fico rico (por esta ordem). Pelo menos até ganhar o euromilhões.

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