Allea jacta est...

...ou: Para lá do Rubicão, mandam os que lá estão.

[Porque eu também tenho direito a posts enigmáticos]

Greve geral (III)

E eis que, mesmo com phones e por trás do monitor, oiço uma vozinha de criança "mãe... mãe...".
Estaria a ficar louco? Seria a minha voz interior?
Eu sei que isto podia ser o início dum clássico filme de terror. Mas mesmo assim ousei espreitar.
Era um puto mesmo. Eu juro! Estava mesmo ali uma criança! Eu não estou louco!!!!

Há crianças à solta no open space.

Claro que não era nenhum filme de terror. Deve ser por causa da greve.
Recorreram ao trabalho infantil. É a melhor forma de garantir os serviços mínimos: contratar pessoas extremamente pequenas.

Greve geral (II)

Mesmo não trabalhando na função pública, concordo, em traços gerais, com as reivindicações dos sindicatos. E também tenho as compras de Natal muito atrasadas.

Greve geral (I)

Ainda pensei ficar em casa, mas acabei por decidir vir trabalhar.

De qualquer forma o meu trabalho acaba por ser uma forma de greve, mas remunerada.

Os sindicatos que ponham os olhos em mim. Se dependesse do meu "trabalho" o patronato já estava todo lixado.

The new room (em estrangeiro) - O pijama

Hoje o rapaz polaco veio com uma camisola do pijama.

Ok, não sei se será bem uma camisola do pijama. Mas eu já tive um pijaminha assim nos anos 80. Com um padrão de âncorazinhas. E mesmo para pijama, era feio. Mesmo nos 80's.
Livrei-me dele porque os meus colegas de escola gozavam comigo nos meus sonhos.

E eu até acho isso normal. Quem não usou já o pijama por baixo da roupa?
Pijama por baixo da roupa é um conceito perfeitamente normal
É um clássico dos anos 80. Íamos fazer xixi e lá estava a calcinha amarela turca por baixo da calça de ganga do Carlinhos, a espreitar pela braguilha aberta semi-aberta.

Mas ele tem a t-shirt por fora. Não é por dentro.
A Madonna usava a roupa interior por fora. Mas lá está, eram os 80's. E há certas coisas que só são cool se fores a Madonna. E ele não é a Madonna.

The new room (em estrangeiro) - Prelúdio

Esta semana mudaram-me de sala. A pouco e pouco os caixotes foram ganhando terreno, e acabei mesmo por ser expulso.

Estando num cliente "internacional", acabei por vir parar a uma sala com dois colegas estrangeiros.

Um com cara de inglês, que eu tinha a certeza que tinha visto num concerto do Brad Mehldau no CCB, mas afinal não era ele. Era só um senhor estrangeiro parecido com ele. De resto, os senhores estrangeiros são todos muito parecidos uns com os outros.
Outro com cara de vir do leste. Polaco, vim eu a descobrir mais tarde.

É como estar no estrangeiro. Mesmo com frio lá fora, eles andam de t-shirt cá dentro. Tal como fazem nos países deles. E com razão. Está aqui um calor do inferno.

Eu é que sou portuguesinho e não estou habituado a estas coisas. Se faz frio lá fora, o natural é que faça frio cá dentro. Temos uma tradição nacional de ter casas mal isoladas e chega-me esta gente lá de fora e deita tudo a perder.
Não estou no estrangeiro e não tenho vestuário apropriado a estes ambientes de trabalho. E lá vou penando com o calor.

E nem posso reclamar com eles porque sou de fora e estou de passagem.

Moral da história: trabalhar em salas com gajos estrangeiros é como trabalhar com gajas portuguesas. Mas pior.

Business as usual

Por qualquer razão que eu nunca cheguei a compreender muito bem, os posts sobre o meu trabalho tornaram-se na imagem de marca deste blog. Principalmente no tempos áureos do blog. Quando eu postava coisas e tinha leitores e comentários e isso.

Quando o blog foi criado esse não era o objectivo (basicamente, não havia propriamente um) e a coisa ainda se torna mais estranha se considerarmos a fraca vocação do autor para o "tema".

Isto fica muito claro para mim quando alguns leitores me dizem que o blog "antigamente é que era bom" ou "esse post foi fixe" sempre que eu escrevo alguma coisa sobre o meu trabalho.

Ora acontece que o meu trabalho não tem tido grande animação. Ou então até tem. Eu é que já me habituei à parvoíce e não lhe dou o devido valor.

Pois bem. O meu espírito critico ressuscitou.
Talvez tenha sido o rapaz polaco que usa pijama durante o dia, ou o colega dinamarquês que canta rock da sua terra em altos berros. Ou talvez seja do prosecco que bebemos ao almoço.

O que é certo é que senti uma vontade incontrolável de relatar aqui as ultimas novidades do meu trabalho. Ainda que seja tudo um bocado assim... prosecco (esta era completamente dispensável, mas teve que ser).

Rain drops keep falling on my head (II)

As boas notícias são que daqui a uns anos penso cobrar bilhete para ver as estalactites.

"Grutas naturais - As mais bonitas de Telheiras Sul", ou em alternativa "As melhores grutas naturais do melhor bairro da Europa".

Por enquanto ainda só tenho uma mancha de humidade. Mas posso esperar. Tempo não me falta.

Rain drops keep falling on my head

Ontem cheguei a casa à meia-noite depois do habitual "cinema da segunda-feira", para descobrir que pingava água do meu tecto. Cortesia das obras do vizinho de cima.

Fiquei, naturalmente, indignado. Filme sem ritmo, argumento banal, péssima fotografia.